Na Rua do Pinheiro

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O Livro Mágico

Escreveu a Turma do 3ºB

Ruben Filipe Ana Claudia

João Catarina Gonçalves David Pedro

Mariana D. Mestre Catarina Joana

Manuel Soraia Sofia Ana Catarina

Tomás R.



Era uma vez uma princesa que foi passear no seu cavalinho. Atravessou a ponte que estava perto do castelo.

Como era muito curiosa atravessou a floresta que estava depois da ponte. A floresta era tão densa que a menina acabou por se perder.

O rei e a rainha ficaram muito tristes por não saberem da filha. Sabiam que havia um livro mágico na floresta que fazia com que todos que entravam na floresta se esquecessem de tudo.

Os reis conheciam essa lenda e sabiam também que para a floresta teriam de pagar em ouro.

Ao chegarem à floresta deixaram no chão as coroas que tinham, que eram de ouro.

Encontraram a princesa que estava esquecida, não se lembrava de nada. Quando viu os pais não os reconheceu.

O cavalinho estava ao seu lado e ao ver a tristeza dos reis, disse-lhes:

- Eu sou o cavalo da sabedoria e para acabar com o feitiço da princesa, Vossas Majestades terão que deitar o livro mágico ao rio, mesmo ao meio da ponte. O livro está lá na ponte. Mas ao deitarem o livro ao rio terão de dizer uma rima!

Os reis assim fizeram.

Chegaram ao meio da ponte com o livro na mão e antes de o deitarem às águas do rio, disseram:

Este livro vou deitar

Ao rio, que vai fazer

A minha filha voltar

E sempre feliz viver!

O livro caiu ao rio e imediatamente a princesa veio ter com os pais e abraçou-os muito feliz.

Os pais dizem, a rimar:

- O teu sorriso é muito belo! Vais connosco para o castelo!


Um grande xi-coração


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Os Ovos da Dona Rita

Lenda dos ovos de Páscoa:
Conta a a lenda que uma mulher como era muito pobre coloriu alguns ovos de galinha e escondeu-os para dá-los aos seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram os ovos, um coelho passou correndo. Espalhou-se, então, a história de que o coelho é que havia trazido os ovos.
Com base nesta lenda eu escrevi a seguinte história para assinalar a Páscoa de 2011:
OS OVOS DA DONA RITA
A Dona Rita andava muito atarefada.
Os dias passavam depressa e temia não acabar a pintura dos ovos para dar aos filhos pela Páscoa.
Tivera esta ideia quando a galinha poedeira começou a pôr muitos ovos, mais do que o habitual. Como o dinheiro é sempre pouco e em dias festivos gosta de dar uma prenda aos filhos, achou a ideia extraordinária. Mas ao brincarem com os ovos, os filhos poderiam parti-los. Como fazer? Teria de arranjar uma solução.
Pensou muito a Dona Rita. Até que certa noite levantou a cabeça da almofada num repelão e disse alegremente:
- Que parva que eu sou! Está claro como água: cozerei os ovos.
Cheia de entusiasmo começou a pôr em prática o que tinha imaginado.
De manhã levantava-se, vestia a saia de roda, apertava o lenço às flores no alto da cabeça e calçava os tamancos de madeira. Saía de casa com o seu passo miudinho e rápido em direção ao galinheiro. Logo os cócórócócós e os cácárácácás se faziam ouvir. E aquele barulho não acabava enquanto a Dona Rita não atirasse para o chão os grãos de milho. As galinhas e o galo acorriam de asas abertas como se tratasse de uma prova de atletismo, seguidos de perto pelos filhotes, quais bolinhas de lã a deslizar pelo chão. Retirava os ovos debaixo da Marosca, nome que dera à galinha poedeira, enquanto exclamava:
- Mais uns ovinhos de Páscoa!
E lá voltava à cozinha onde já tinha ao lume um tacho com água a ferver para cozer os ovos.
À tarde, depois da Inês e do Rui irem para a escola, sentava-se à sombra da laranjeira, frente ao galinheiro e começava a pintura. Com pincéis de todos os tamanhos e tintas de várias cores, a Dona Rita conseguia dar muita beleza e colorido aos seus ovinhos de Páscoa.
No galinheiro, Marosca olhava admirada para o trabalho de Dona Rita e pensava:
- Os meus ovos são maravilhosos…. Valem mais que ovos de oiro.
E chamava a atenção do galo e das galinhas para a beleza dos seus ovos. Não lhe davam a importância que ela queria, continuando no seu cácárácácá e cócórócócó. Mas ela, embevecida, continuava a olhar a pintura da Dona Rita.
Na véspera do dia de Páscoa Dona Rita colocou todos os ovos pintados em cima da mesa da cozinha para ver se não haveria nada a retificar. Representavam tudo o que a há de belo no mundo: flores, estrelas, arco-íris, fadas e princesas, pássaros das mais variadas cores e espécies. Estavam lindos!
Devagar e com muito cuidado Dona Rita meteu os ovos um a um debaixo da hortense que havia à esquina da casa. A flor estava grande e cheia de flores lilases. Ela própria faria com que os filhos os encontrassem como se fosse por acaso.
Quando os filhos chegaram da escola naquele dia mandou-os ir regar a hortense.
- Está seca e eu ainda não tive tempo de a regar… - disse ela com um sorriso ao canto da boca.
As crianças encheram o regador de água e quando iam a voltar a esquina da casa estacaram admirados. De baixo da hortense surgiu um animal cinzento que ao ver os irmãos largou a fugir para o pinhal do outro lado da estrada.
- Era um coelho! – Gritou Inês, de olhos esbugalhados.
- Que estaria a fazer debaixo da hortense…? – Perguntou Rui, intrigado.
-Vamos ver…
Grande foi a sua admiração quando, ao espreitarem por entre as folhas da hortense, descobriram aqueles tesouros coloridos.
- Inês… olha, foi o coelho que trouxe!
- São…ovos! Tão bonitos!
- Vamos mostrar à mãe.
Entraram pela cozinha em grande algazarra.
- Mãe, olha o que um coelhinho nos trouxe – disse Inês mostrando à mãe os ovos que trazia nos bolsos do vestido.
Dona Rita exclamou:
- Um coelho!?
- Sim, mãe, um coelho. Foi ele que deixou estes ovos pintados debaixo da hortense – respondeu o Rui, enquanto colocava os ovos em cima da mesa.
E contaram à mãe o que tinha acontecido.
Dona Rita sorriu.
- Porque não? Porque não ser um coelho a trazer os ovos de Páscoa? – Pensou ela – As fantasias das crianças são um bálsamo para a vida.
A história do coelho e dos ovos de Páscoa depressa chegou às aldeias vizinhas.
E a quinta da Dona Rita nunca mais teve sossego. Acorria gente de todo o lado para ver os célebres ovos. As pessoas chegavam, olhavam extasiadas e logo queriam comprá-los.
- Não posso vendê-los. – Informava a Dona Rita – Estes são dos meus filhos. Foi o coelho que os trouxe.
- Onde está o coelho? – Perguntavam.
- Sabe-se lá. Chegou, deixou os ovos e abalou…
Quando a notícia chegou ao galinheiro, Marosca ficou furiosa:
- O quê? Andam para aí a dizer que foi um coelho que pôs os MEUS OVOS? Mas que aldrabice é essa?
- Marosca, não te enerves! – Disse o galo, vaidoso, do alto do poleiro – Só os parvos é que acreditam que os coelhos põem ovos.
- Cácárácácá, cacaracá! - Riram as galinhas - Coelhos a porem ovos! Só essa história nos faria rir. Ainda se fosse uma coelha.
E voltaram a rir com tanta vontade que iam caindo do poleiro.
Mas Marosca não se conformava. Os ovos eram dela e não de qualquer coelho…ou coelha. Eram dela e pronto!
Enquanto isso, Dona Rita magicava outra ideia.
- Seria muito bom se eu pintasse ovos para vender… A Inês precisa de uns sapatos e as calças do Rui estão a ficar muito velhas… Mas como vou dizer às crianças que os ovos foram pintados por mim e que o coelho junto à hortense foi apenas uma coincidência…?
Como as pessoas continuavam a querer comprar ovos, Dona Rita disse aos filhos:
- Sabem meus filhos, acho que tenho uma ideia genial para ganharmos mais algum dinheiro: porque não dedicar-me a cozer e a pintar os ovos da Marosca? Que acham?
Rui e Inês ficaram entusiasmados com a ideia.
- Ajudar-te-emos a pintar os ovos. Vai ser fixe! – Disseram alegremente.
- E os ovos que o coelho deixou servirão para atrair a clientela. – Exclamou a Dona Rita, feliz por afinal não ter necessidade de contar a verdade aos filhos.
Na manhã seguinte dirigiram-se apressadamente ao galinheiro para tirarem os ovos de baixo da Marosca. Mas, qual não é o seu espanto quando vêm que a galinha poedeira não pôs nem um só ovo. Que desilusão!
Marosca estava sentada no poleiro, enroscada, com o bico entre as penas. Mantinha-se imóvel, mesmo depois de Dona Rita ter atirado para o chão o milho amarelinho.
- Estará doente? – Perguntou o Rui.

- Não, acho que não… - respondeu a mãe – olha para nós de uma maneira… parece estar triste.
Todos os dias era a mesma coisa. Marosca continuava sem pôr nenhum ovo. Dona Rita e as crianças começaram a ficar preocupadas. Mas Dona Rita conhecia muito bem todos os seus animais e com o passar do tempo conseguiu perceber o que se passava com a galinha poedeira.
- Já sei. – Pensou a Dona Rita – Marosca está ofendida por dizermos que os ovos foram oferecidos por um coelho. É isso mesmo.
Dona Rita disse quando estavam no galinheiro:
- Rui, Inês, vamos fazer o seguinte: quando Marosca n os der ovos para podermos pintar iremos expô-los na janela da cozinha com a indicação de que são ovos da nossa galinha.
- Boa ideia mãe. – Respondeu Inês – Faremos publicidade à nossa galinha poedeira.
Ao ouvir aquilo Marosca envaideceu-se. Finalmente iria ser famosa. As galinhas e o galo olharam para ela como se já fosse uma estrela de cinema.
- Quando fores famosa não te esqueças de nós, dos teus amigos. – Pediu o galo.
- Com certeza! Vocês são os meus companheiros de galinheiro.
A partir daquele dia Marosca punha ovos todos os dias. E das mãos da Dona Rita e dos filhos saiam ovos de Páscoa cada vez mais bonitos. Alguns até representavam a galinha Marosca. As crianças andavam felizes com o seu trabalho.
À janela da cozinha colocaram os ovos já terminados com um letreiro que informava:


Vendem-se ovos de Páscoa

Pintados à mão

Ovos postos pela GALINHA MAROSCA


Os ovos vendiam-se muito bem. As pessoas vinham das aldeias à procura dos ovos de Páscoa para darem aos filhos. Ao lerem o letreiro todos queriam conhecer a galinha Marosca. Era um corrupio para o galinheiro. Marosca sentia-se tão vaidosa que até fazia poses quando as pessoas espreitavam para dentro do galinheiro e diziam:
- Que galinha tão bonita!
Pouco a pouco os primeiros ovos, que decoravam a prateleira da sala, assim como a história do coelho foram esquecidos.
- Estes ovos serão uma boa recordação para os meus filhos. – Pensou a Dona Rita com um sorriso.
Naquele domingo de Páscoa, nada faltou naquela casa. Houve bolos e pudim. E quando regressaram à escola, Inês usou os seus sapatos novos e o Pedro umas calças de boa fazenda que Dona Rita tinha comprado com a ajuda … da galinha Marosca!


                                                                             Eugénia Edviges

Um grande xi-coração colorido

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A Festa dos Cravos


As flores do Jardim dos Cravos acordaram muito felizes naquele dia. A alegria era tanta que cantaram toda a manhã. E, para se tornarem ainda mais bonitos, os cravos lavaram as suas pétalas brilhantes com as gotas da chuva que caíra durante a noite.
Todos falavam ao mesmo tempo, em grande alvoroço, de uns canteiros para outros. Era tal a confusão que não se percebia nada do que diziam.
Os cravos mais jovens olhavam para tudo aquilo muito admirados. Que estaria para acontecer? Qual a causa de tanta felicidade? Decerto não era a vinda do jardineiro, pois ele só
viria regar o jardim no primeiro dia da semana… e ainda era sábado!
Que estranho!
Foi então que o Cravinho Curioso dirigindo-se ao Cravo Mais Velho do Canteiro do Lado, perguntou:
- Vizinho, qual o motivo de tanta agitação? Que está para acontecer?
- Sabes, meu filho, – respondeu o Cravo Mais Velho do Canteiro do Ladovamos comemorar o dia de hoje.
- Vão comemorar o dia de hoje! E porquê? – Perguntou o Cravinho Meio Escondido Entre Todos os Outros.
- Porque hoje é dia 25 de Abril!
- 25 de Abril!? E depois? O que é que isso tem? - Responderam os cravinhos todos ao mesmo tempo.
- Porque há muitos anos, no dia 25 de Abril, as pessoas conquistaram a liberdade!
O Cravinho Rebelde afirmou enfadado:
- Mas que grande acontecimento…! As pessoas conquistaram a liberdade! E porque é que temos de nos meter na vida das pessoas? Somos uns simples cravos! Não temos nada com essa liberdade, ora essa!
- Estás enganado meu filho. Nós, cravos, também participámos na conquista da liberdade das pessoas…
Os cravinhos estavam cada vez mais surpreendidos. Podia lá ser! Como é que os cravos podiam interferir na vida das pessoas? Decididamente, os cravos mais velhos daquele jardim estavam todos malucos!
- Eu sei que é difícil compreenderem… vou contar-lhes a história desde o princípio. Oiçam com atenção.
Os cravinhos ajeitaram-se ao lado uns dos outros para ouvirem melhor. Que maravilha! Uma história!
E o Cravo Mais Velho do Canteiro do Lado começou assim:
- Portugal, como todos vocês sabem, é um país muito bonito: é quase todo rodeado por mar e, por isso mesmo, possui maravilhosas praias de areia fina e doirada; o clima é ameno, o céu mantém-se azul durante quase todo o ano e o sol brilha com grande intensidade; tem campos verdejantes, serras e montes por onde correm rios que cantam, serpenteando entre as pedras. Mas, há muitos anos, apesar de toda a beleza de Portugal, as pessoas não eram felizes. Viviam muito, muito tristes, porque lhes faltava algo muito importante…
- O quê? Que lhes faltava? – Inquiriu o Cravinho Curioso.
- Aposto que não tinham a tal liberdade. – Disse o Cravinho Rebelde – não podiam vir à rua e agora já podem…
- Também não podiam ir à praia…? – Murmurou o Cravinho Meio Escondido Entre Todos os Outros.
- Sim, podiam ir à praia e podiam ir à rua, mas a liberdade não é apenas isso… – continuou o Cravo Mais Velho do Canteiro do Lado – a liberdade que as pessoas queriam estava nas mãos dos Homens Maus.
- Homens Maus!!! – Gritaram os cravinhos surpreendidos. Até o Cravinho Meio Escondido Entre Todos os Outros tentou esconder-se ainda mais.
- Os Homens Maus eram os governantes de Portugal. Governantes que subiram ao poder sem pedirem a opinião de ninguém, isto é, sem ninguém votar neles. Naquele tempo, os Homens Maus controlavam o país.
Os cravinhos estavam cada vez mais admirados. Que história impressionante!
- Quando os Homens Maus subiram ao poder criaram leis que aterrorizavam toda a gente. Era grande a amargura das pessoas.
- Conta, conta! – Pediram os cravinhos, intrigados.
- Proibiram as crianças de brincarem umas com as outras. Na escola, os meninos iam para uma sala e as meninas iam para outra. E foram feitos altos muros a dividir o pátio da escola.
- O quê?! No recreio também não brincavam juntos?
- Não. Era proibido. E na escola tinham de usar roupa igual, todos usavam uma bata da mesma cor. E o pior de tudo acontecia quando os rapazes cresciam…
Os cravinhos estavam suspensos das palavras do Cravo Mais Velho do Canteiro do Lado.
- Quando cresciam, os governantes obrigavam os jovens a irem para a guerra, e a matarem as pessoas que viviam em países do outro lado do mar. Era uma guerra que eles não compreendiam. Muitos morreram e os que voltavam ao fim de dois ou três anos, voltavam doentes, alguns até, aleijados.
Os cravinhos ficaram pensativos ao ouvirem aquilo. Aquela história era, na verdade, aterradora.
- Mas não acaba aqui a maldade dos Homens Maus!... Só eram publicados os livros, as revistas e os jornais, depois de serem lidos pelos ajudantes deles. O mesmo se passava com os filmes, as musicas e as peças de teatro. Tudo quanto se relacionasse com a educação e que não fosse aprovado por eles era considerado proibido.
- Isso é que era bom! – Ripostou o Cravinho Rebelde – Se fosse comigo, eu só veria aquilo que gostasse! Ninguém me obrigaria a ver outra coisa!
- Eu – acrescentou a medo o Cravinho Meio Escondido Entre Todos os Outros – iria fazer queixa à polícia…
- Os Homens Maus pagariam uma multa… para aprenderem – disse o Cravinho Curioso – como aconteceu a semana passada com o senhor da sapataria, que estacionou o carro em cima do passeio, mesmo frente ao nosso jardim…
- Ninguém falava, ninguém se queixava. Aliás, até tinham medo de falar. – Continuou o Cravo Mais Velho do Canteiro do Lado.
-Tinham medo de falar! Que horror! Porquê?
- Porque naquele tempo, além dos polícias das multas, como o Cravinho Curioso referiu, também havia outros polícias, que andavam disfarçados, ninguém os conhecia. Eram os Vigilantes dos Homens Maus. Misturavam-se com as pessoas por todo o lado: nos cafés, nos cinemas, nos mercados, nas ruas…
- Porque é que andavam disfarçados? – Perguntou o Cravinho Curioso.
- Para ninguém saber que eram Vigilantes. E quando apanhavam alguém a dizer mal dos Homens Maus ou a ler alguma coisa proibida, levavam-no para a prisão e batiam-lhe até a pessoa só dizer aquilo que eles queriam. Muitas vezes as pessoas eram sujeitas a grandes torturas na prisão.
- Malvados! – Disse colérico o Cravinho Rebelde.
- Por tudo isto, as pessoas viviam amedrontadas, sem alegria de viver. Continuou o Cravo Mais Velho do Canteiro do Lado – Temiam falar umas com as outras, sempre receosas de serem apanhadas pelos Vigilantes.
O Cravinho Rebelde lembrou:
- Fariam melhor se fugissem…
- Impossível. Até nas fronteiras havia Vigilantes.
Os cravinhos ficaram pensativos. Aquilo deixava-os cheios de pena das crianças e adultos daquele tempo.
- Agora compreendo porque é que a liberdade não é só ir à praia e andar na rua… – sussurrou o Cravinho Meio Escondido Entre Todos os Outros.
- Mas ainda não contaste como é que os cravos ajudaram as pessoas a adquirir a liberdade. – Disse o Cravinho Curioso.
- Aconteceu o seguinte: alguns soldados, revoltados com tudo o que se estava a passar, pensaram em tirar os governantes do poder. Organizaram tudo secretamente e no dia 25 de Abril de 1974 pegaram em armas e marcharam contra os Homens Maus. As pessoas olharam por trás dos vidros das janelas e pelas aberturas das portas para verem o que iria acontecer. Com os corações em alvoroço decidiram sair todos para a rua. E foi então que começaram a distribuir cravos vermelhos pelos soldados que os colocaram nos canos das espingardas.
- Viva! – Gritou o Cravinho RebeldeFomos famosos!
- Todos juntos obrigaram os Homens Maus a fugirem do país. E durante aquele dia festejaram a liberdade conquistada de cravos vermelhos ao peito e bandeiras nas mãos; falaram alegremente sobre tudo e muitos choraram de alegria; sem receio, abriram as portas das prisões para os presos saírem e mandaram vir para junto das famílias os jovens que estavam na guerra; pelas ruas e ladeiras, pelos becos e pelos largos as vozes juntavam-se num só grito: “Viva a liberdade!” “Viva a liberdade!
Os cravinhos estavam emocionados. Sentiam-se vaidosos por saberem que os cravos tinham participado naquela aventura tão bonita.
- E sabem qual o nome que as pessoas dão à revolução de Abril?
- Qual? Qual? – Perguntaram os cravinhos, ansiosos.
- Revolução dos Cravos!
- Ena! Ena! Que maravilha! Uma revolução com o nosso nome!
- É por tudo isto que todos os anos, no dia 25 de Abril, as pessoas põem cravos ao peito e saem para a rua a festejar a liberdade que conquistaram. – Concluiu o Cravo Mais Velho do Canteiro do Lado - E tanto os pais como os professores contam às crianças o que aconteceu naquele dia maravilhoso da Revolução dos Cravos.
- Viva a liberdade! – Gritaram com alegria todos os cravinhos.
- Vou preparar-me para a festa! – Disse o Cravinho Rebelde.
- Eu também! Quero estar bonito, quando me vierem buscar! – Acrescentou o Cravinho Curioso.
- Posso ir com vocês…? – Perguntou o Cravinho Meio Escondido Entre Todos os Outros.


                                                                                  Eugénia Edviges

Um grande xi-coração

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O Gato Astuto

TURMA DO 4ºE

Beatriz Clemente

Paulo Bacatelo

João Miguel Ruivo

Bruno Reis

Denisa

João Daniel

Gabriel Alin Aploarei

Ricardo António

Débora Sofia

Bruno Coelho


O GATO ASTUTO

Era uma vez uma princesa que se chamava Joana.

Vivia num castelo situado numa montanha muito alta. Por isso mesmo não saía do castelo porque não sabia o caminho para descer a montanha.

E então a princesa pensou em vestir um vestido com muita roda e atirar-se da janela. O vento ajudá-la-ia a chegar lá abaixo.

A princesa tinha um gato que era muito astuto, que estava sempre ao seu lado e que lhe disse:

- Princesa, não faças isso, porque podes morrer. Eu conheço o caminho para descer a montanha!

O gato começou a descer a montanha e com a princesa sempre atrás dele.

A determinada altura viram uma varinha mágica no chão. A princesa não deu importância à varinha, mas o gato disse-lhe:

- Princesa, agarra o que está no chão, porque é muito importante para mim. Se o fizeres vai acontecer uma magia!

A princesa ficou curiosa e não resistiu à tentação de agarrar a varinha.

Assim que lhe tocou, o gato transformou-se num belo príncipe.

Casaram e foram muito felizes!

Vitória! Vitória! Acabou-se a história!


Um grande xi-coração principesco

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O Anão Assustado

Em 2007 trabalhei com as crianças do ensino básico. Esse trabalho consistiu em ajudá-las a escrever as sua próprias histórias. Dava-lhes palavras ao acaso onde entrassem um animal, um objecto, um ser humano, um local e uma palavra que expressasse um sentimento. A actividade chamava-se "Contos da Casa". A partir de hoje vou publicar todos os contos aleatoriamente no blogue. Este é o primeiro. No fim também eram as crianças que escolhiam o título.

O Ao Assustado

Era uma vez um anão que se chamava Saltitão.Vivia numa floresta assustadora, debaixo de um cogumelo gigante. Como era muito pequenino tinha medo de sair de casa e tinha muita pena de não poder viajar.

Um dia estava o Saltitão muito triste sentado à porta de casa e viu uma águia a sobrevoar sobre a sua cabeça. A águia trazia preso no bico um brilhante relógio que deixou cair perto dos pés do Saltitão.

- Que relógio é este? – Perguntou o Saltitão muito admirado.

- É um relógio mágico que te tornará invisível. Basta que o metas no pulso!

O anão não perdeu tempo a experimentar o relógio.

Tornou-se invisível, perdeu o medo e assim pôde viajar e conhecer sítios maravilhosos!

Bendito e louvado está o conto acabado!

TURMA DO 4º A do ano de 2009

Tânia Alexandra Costa

Jão Miguel Duarte

Mariana Jorge

Alexandra Lopes

Tiago

Luís Cabral

Inês Coelho

Inês Mateus

Samuel

Ana Rita

João Nuno

Um grande xi-coração assustadiço