Na Rua do Pinheiro

terça-feira, 29 de junho de 2010

As Quadras do Nosso Povo

A cantar ganhei dinheiro
A cantar se me gastou
O dinheiro mal ganhado
Água o deu água o levou

Já foram e já voltaram
Os bandos das andorinhas
Trouxeram saudades tuas
Levaram saudades minhas

Não chames amor-perfeito
Às flores que a terra tem
Amor-perfeito é só um
É o amor da nossa mãe

O meu menino é pequeno
Tem três palmos pouco mais
Com tão pequena medida
Se mede a alma dos pais

Ó malmequer mentiroso
Quem te ensinou a mentir
Tu dizes que me quer bem
Quem de mim anda a fugir

Doi-me a barriga das pernas
O coração das orelhas
Tenho agonias nos olhos
Amargam-me as sobrancelhas

Mais vale tarde que nunca
Medidas que o tempo tem
Para o mal é sempre cedo
Nunca é tarde para o bem

Fiz uma blusa de seda
E um avental de linho
Tu gostas muito de água
Mas eu gosto mais de vinho

Gosto de ti já se vê
Calhou-me este amor por fado
Corre o rio para o mar
E corro eu p`ró teu lado

Não te rias de quem chora
É coisa que o céu ordena
Pode a roda desandar
E chorares de igual pena

Um grande XI-    

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