Eis um conto tradicional que retirei de um livrinho muito antigo (Talvez de 1958/60) publicado pela Editorial Infantil Majora. Contém contos adaptados da tradição popular por Costa Barreto e ilustrações de César Abbott. Como as ilustrações são a preto e branco, tive a ousadia de colorir a ilustração deste conto:
A Menina Desmazelada
Havia uma menina muito desmazelada. Foi pedida por um rapaz em casamento, e o pai da menina disse ao rapaz que esta não lhe servia, por ser muito desleixada.
- Deixe-a comigo - respondeu o moço.
Casaram e o marido foi com a mulher para a sua casa.
O marido foi trabalhar para o campo e só voltou a casa à noite. Encontrou a mulher sentada com os braços cruzados, sem jantar feito, a casa por varrer e a loiça por lavar.
O marido varreu a casa, lavou a loiça, preparou o jantar e sentou-se, sozinho à mesa para comer.
Ao primeiro bocado que meteu na boca, disse:
- Este é para quem varreu a casa.
Ao segundo bocado, disse:
- Este é para quem lavou a loiça.
Ao terceiro bocado, disse
- Este é para quem fez o jantar.
E assim foi até papar sozinho o seu jantar.
- Vamo-nos deitar. - disse para a mulher.
Deitaram-se. No dia seguinte repetiu-se a mesma cena, mas, ao terceiro dia, quando ele recolheu a casa, encontrou-a varrida, a loiça lavada e o jantar preparado. Ambos comeram muito satisfeitos.
Alguns dias depois do casamento, disse o pai da rapariga:
- Vou ver a minha filha e o meu genro! O que não iá lá por casa! Uma vergonha! Daquela não faz o marido nada com jeito. Vou vê-los.
Partiu. Quase a chegar ao monte, viu à porta uma mulher, a fiar. Apenas a mulher o avistou, gritou-lhe:
Ó meu senhor da mula
Traga boa "charamusga"
Que na casa deste "home"
Quem não trabalha não come.
Um grande XI-
A Menina Desmazelada
Havia uma menina muito desmazelada. Foi pedida por um rapaz em casamento, e o pai da menina disse ao rapaz que esta não lhe servia, por ser muito desleixada.
- Deixe-a comigo - respondeu o moço.
Casaram e o marido foi com a mulher para a sua casa.
O marido foi trabalhar para o campo e só voltou a casa à noite. Encontrou a mulher sentada com os braços cruzados, sem jantar feito, a casa por varrer e a loiça por lavar.
O marido varreu a casa, lavou a loiça, preparou o jantar e sentou-se, sozinho à mesa para comer.
Ao primeiro bocado que meteu na boca, disse:
- Este é para quem varreu a casa.
Ao segundo bocado, disse:
- Este é para quem lavou a loiça.
Ao terceiro bocado, disse
- Este é para quem fez o jantar.
E assim foi até papar sozinho o seu jantar.
- Vamo-nos deitar. - disse para a mulher.
Deitaram-se. No dia seguinte repetiu-se a mesma cena, mas, ao terceiro dia, quando ele recolheu a casa, encontrou-a varrida, a loiça lavada e o jantar preparado. Ambos comeram muito satisfeitos.
Alguns dias depois do casamento, disse o pai da rapariga:
- Vou ver a minha filha e o meu genro! O que não iá lá por casa! Uma vergonha! Daquela não faz o marido nada com jeito. Vou vê-los.
Partiu. Quase a chegar ao monte, viu à porta uma mulher, a fiar. Apenas a mulher o avistou, gritou-lhe:
Ó meu senhor da mula
Traga boa "charamusga"
Que na casa deste "home"
Quem não trabalha não come.
Um grande XI-
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