Na Rua do Pinheiro

domingo, 28 de outubro de 2012

GALARÓ


Tinha a crista mais vermelha
Do que o coral que há no mar
Tinha as cores mais bonitas
Que um galo pode mostrar



De manhã, ao acordar                                                           
Enchia o peito e cantava
Era tão forte o seu canto
Que até o sol acordava

As galinhas da capoeira
Andavam apaixonadas
Pelo galo Galaró
De penas sempre agitadas.

Viviam entristecidas
Por não poderem dormir
Mas a paixão que sentiam
Impedi-as de agir.

Pelo romper da manhã
Era de mais o berreiro
Ficavam tão ensonadas
Que caíam do poleiro.

Que fazer? -Diziam elas-
Para que não cante mais,
Deixar de fazer barulho
A horas tão matinais?

Certa manhã, como sempre,
Galaró, já bem desperto
Vai para soltar o canto
Mas fica de bico aberto.

No poleiro à sua frente
Estava uma linda galinha                                                           
De penas lisas, brilhantes
Parecia uma rainha.

O seu bico avermelhado                                                    
Da cor de uma framboesa
 Fez Galaró perder a voz
Perante aquela beleza.

E quando o sol brilhou mais
Mostrando o seu esplendor
Galaró solta um suspiro
E declara o seu amor.

A partir daquele dia
Galaró apaixonado
Só olhava para a galinha
Que o tinha enfeitiçado

Para tudo acabar em bem
Não mais veio a cantar
Nascerem dez pintainhos
Não os podia acordar

 Agora havia sossego
As galinhas agradeciam
Não andavam ensonadas
Pois toda a manhã, dormiam.

Eugénia Edviges

Um grande xi-coração

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