Tinha a crista mais vermelha
Do que o coral que há no mar
Tinha as cores mais bonitas
Que um galo pode mostrar
De manhã, ao acordar
Enchia o peito e cantava
Era tão forte o seu canto
Que até o sol acordava
As
galinhas da capoeira
Andavam
apaixonadas
Pelo galo
Galaró
De
penas sempre agitadas.
Viviam entristecidas
Por não poderem dormir
Mas a paixão que sentiam
Impedi-as de agir.
Pelo romper da manhã
Era de mais o berreiro
Ficavam tão ensonadas
Que caíam do poleiro.
Que fazer? -Diziam elas-
Para que não cante mais,
Deixar de fazer barulho
A horas tão matinais?
Certa manhã, como sempre,
Galaró, já bem desperto
Vai para soltar o canto
Mas fica de bico aberto.
No poleiro à sua frente
Estava uma linda galinha
De penas lisas, brilhantes
Parecia uma rainha.
O seu bico avermelhado
Da cor de uma framboesa
Fez Galaró perder a
voz
Perante aquela beleza.
E quando o sol brilhou mais
Mostrando o seu esplendor
Galaró solta um suspiro
E declara o seu amor.
A partir
daquele dia
Galaró
apaixonado
Só olhava
para a galinha
Que o
tinha enfeitiçado
Para tudo acabar em bem
Não mais veio a cantar
Nascerem dez pintainhos
Não os podia acordar
Agora havia sossego
As galinhas agradeciam
Não andavam ensonadas
Pois toda a manhã, dormiam.
Eugénia Edviges
Um grande xi-coração
Sem comentários:
Enviar um comentário