Na Rua do Pinheiro

terça-feira, 3 de maio de 2011

O Meu Alfabeto de Criança

O BAIRRO DO ALFABETO



É um bairro divertido
Que eu vos quero mostrar
Ora prestem atenção
Pois já vamos começar!

A  senhora A 
Ora vejam lá
Se não é abelhuda
Parece um escadote,
Apenas de um lote,
Mas que boa altura!

O senhor B, gorducho,
Veste-se com luxo,
Não é nada terno.
Incha o peito mais,
E grita aos demais:
- Isto é um inferno!

O C molengão

É um paspalhão
Passa os dias ao sol.
Os vizinhos do lado
Dizem com enfado:
- És um caracol!

Como o D há mais

Todos são iguais
Ou muito parecidos.
São dez irmãozinhos,
Nas mãos estão juntinhos
São uns remexidos.

 O senhor E

Mora ali ao pé,
Só quer namorar.
Olha bem do cimo,
Parece um pente fino,
Farta-se de olhar.

O F com queixumes
E com maus costumes
Volta-se para a frente.
Diz que tem muita sorte,
Que é rijo e forte
Mas falta-lhe um dente!

Cinzentos, listrados

E amarelados
E da cor do carvão.

Tem o G em casa
E só quem lá passa
Vê a confusão!

O H é portão
De um casarão
Muito pitoresco.
E o I, vá lá,
Diz que o H está
Pintada de fresco.

Na rua a seguir
Eu vou dividir
Dão-se todos mal
É um burburinho
Naquele caminho
Sempre um arraial.

O J desgraçado,
Ficou empenado,
Anda de bengala
Ao L pede ajuda
Mas este resmunga:
- Não querias mais nada!

O M importante
Diz a todo o instante
Que não prega pêta.
Mas do N, coitado,
Diz em todo o lado
Que ele é maneta!

O O quer gozar,

Só quer é brincar

Para se divertir.
Não liga a querelas,
Só abre as goelas,
Farta-se de rir!

O P é cantora
De canções de agora
Parece um microfone.

Canta noite e dia

E para arrelia
O Q nunca dorme.

Assim já se vê

Que o vizinho Q
Anda muito ensonado.
E da circunferência,

Diz com sonolência

Que é um quadrado!

O R à janela
É um tagarela,
O seu nome diz:
Rato, rua, Rita,
Rolha, rosa, ripa,
Rima, rei, raiz.

O S é matreiro,
Uma alcoviteiro,
Pois tudo pressente.
Esconde-se no jardim,
Por trás do jasmim
Como uma serpente.

O T e o U
Tratam-se por “tu”
Mas que bela história,
Mas o esperta do V

Tudo sabe e crê

Por ser de vitória.

O X orgulhoso
É muito vaidoso
Nunca nada diz.

Cruza-se em casa

E ai de quem passa

E mete o nariz!


O Z é maroto
É cabeça tonta,
É um estouvado.
Imitou o N
Depois já se vê,
Ficou inclinado.

Mas o Z quer ser

E quer parecer
Que é grande artista
Se vai à cidade
Veste com vaidade
O casaco às riscas!

As letras no fim,
Podem crer em mim
São boas também
Quando elas se juntam
E todas se agrupam

Dão-se muito bem!


                                       Eugénia Edviges

Um grande xi-coração!

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